VerAcidade - performance e intervenção urbana


VerAcidade


O projeto verAcidade: dança e performance em espaços urbanos surge com o intuito de difundir
a arte, em especial a dança, a performance e o video, nos espaços da cidade, buscando ampliar
o público que tem acesso à cultura, assim como estimular os alunos e pesquisadores a
desenvolver seu potencial artístico entendendo as apresentações como parte necessária da
formação em arte. Percebe-se que a pesquisa em arte e suas produções não podem se
limitar ao âmbito da universidade e a partilha entre os pares (professores, estudantes e
pesquisadores) mas deve necessariamente romper as fronteiras do espaço acadêmico buscando
um diálogo direto com a comunidade através de apresentações, mostras e exibições
públicas. Por outo lado, a ocupação dos espaços públicos da cidade por meio da arte e da
cultura se faz urgente e necessária frente a um contexto urbano permeado pelo consumismo, pelo
medo e pelo individualismo nas grandes cidades. 



Gentilezas Urbanas e Outros Delírios



Gentilezas Urbanas e Outros Delírios partiu de um encontro potente e fértil de processos de pesquisa e experimentação em performance,  fluxos artísticos que transbordaram para a cidade. 

A vontade de ir ao encontro de outros corpos, de entorpecer a sociedade com movimentos geradores de delicadezas, com o intuito de sensibilizar as pessoas que transitavam pela cidade de Goiânia. Gestos de atenção e afetos, gentilezas, que transformassem nosso estado de endurecimento diante da paisagem urbana e das relações humanas. Reviver a ludicidade, a brincadeira, a beleza das cores, o devir criança. Oferecer companhia aos passantes, distribuir elogios e flores de origami, conversar, conviver, colorir a paisagem. Ouvir histórias, doar abraços, oferecer conselhos. Se abrir pro afeto, para a convivência, para a troca. E se permitir ao riso e à empatia. 



Na performance de hoje, pude tirar muito aprendizado, entre eles a sinceridade que devemos ter uns com os outros. E se todos os dias fôssemos capazes de ser sinceramente gentil com as pessoas? Talvez muitas energias transformaríamos. Muitos humores. Muitos dias. Muitos corações. Assim nos tornaremos seres humanos cada vez melhores espiritualmente.  Hoje pude ouvir pessoas que só precisavam de alguém que pudesse ouvi-los. Abracei pessoas que transmitiram luz e receberam boas vibrações. E acredito que cada um de vocês tenha tirado algum aprendizado muito valioso do dia de hoje. Que possamos ser gentis com nós mesmos, entre nós mesmos. Aliás... a mudança deve ocorrer de dentro pra fora. E o dentro começa no Coletivo Vira Folha. E antes que termine o dia, quero dizer pra esse Coletivo que vocês me encantam, cada qual com suas particularidades. Sobre o dia de hoje: ‘A gentileza é a essência do ser humano. Quem não é suficientemente gentil não é suficientemente humano.’- Joseph Joubert
(Relato de uma das integrantes do Coletivo Vira-Folha)







A Fila

Trabalho realizado a partir do estudos dos elementos de Pina Bausch. O percurso feito pela performance contou com a quebra da rotina de quem transitava pela UFG. Os corredores da universidade foram tomados por gestos cotidianos em sequências performáticas!



















Derivas Performática

Uma deriva performática com o intuito de sensibilizar as pessoas que transitam pela cidade de Goiânia, que gestos de atenção e afetos, gentilezas, possam transformar nosso estado de endurecimento diante da paisagem urbana. É o desejo de escorregar por entre pessoas, aguar olhares, florir o asfalto, acalentar o movimento, diminuir o fluxo.



O Curso de Licenciatura em Dança da UFG se pauta na perspectiva do professor-artista, instigando o discente a exercer suas potencialidades criativas numa perspectiva humana do ensino da dança, que preze pelo respeito à diversidade de corpos. A disciplina de Processos Criativos em Dança II propõe em sua ementa: Aprofundamento dos estudos sobre composição coreográfica e processos de criação, com base nos estudos realizados na disciplina Processos Criativos em Dança I. Realização de coreografias e apresentações públicas.  A partir disso, foram abordadas as dimensões teóricas e práticas dos processos de criação em dança, envolvendo o desenvolvimento de coreografias e performances com apresentações abertas ao público. Dentro das abordagens possíveis para a criação em dança, foram trabalhados as interfaces entre a dança e outras linguagens artísticas, a intervenção em espaços urbanos e a produção de videodança. 




As grandes cidades são favoráveis à distração que chamamos de deriva. A deriva é uma técnica do andar sem rumo. Ela se mistura à influência do cenário. Todas as casas são belas. A arquitetura deve se tornar apaixonante. Nós não saberíamos considerar tipos de construção menores. O novo urbanismo é inseparável das transformações econômicas e sociais felizmente inevitáveis. É possível se pensar que as reinvidicações revolucionárias de uma época correspondem à idéia que essa época tem da felicidade. A valorização dos lazeres não é uma brincadeira. Nós insistimos que é preciso se inventar novos jogos. (DEBORD, Guy e FILLON, Jacques, 1954)


corpografia é uma cartografia corporal (ou corpo-cartografia, daí corpografia), ou seja, parte da hipótese de que a experiência urbana fica inscrita, em diversas escalas de temporalidade, no próprio corpo daquele que a experimenta, e dessa forma também o define, mesmo que involuntariamente – o que pode ser determinante nas cartografias de coreografias ou carto-coreografias. (BERENSTEIN, Paola Jacques) 

As Derivas Performáticas partiu do Mercado Central e se estendesse às ruas do Centro de Goiânia. Para tanto, o grupo deveria permanecer por todo o tempo junto buscando um desejo coletivo de deslocamento, observando e experimentando aspectos sensoriais e afetivos da cidade, como cheiros, cores, sons, texturas. Carregavam consigo cadernos e canetas para anotações, desenhos e a elaboração de mapas afetivos da cidade. Buscávamos, portanto, deslocar o olhar das questões do dia-a-dia e de uma experiência desencarnada da cidade.


            Da busca por uma nova experiência da cidade, surge o desejo de explorar a dança nesse espaço dos pedestres, a faixa vira palco, sem luzes, sem sapatos, sem sapatilhas. Sol e asfalto, lojas e vitrines, pessoas e carros se 
tornam dança. 

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